sábado, 27 de setembro de 2014

COSME E DAMIÃO



Cosme e Damião, uma das mais inesquecíveis épocas da minha vida. Não só pelo que meus filhos e eu aprontávamos para conseguir saquinhos de doce, mas pela vizinhança do prédio onde morávamos, que fechavam com esse dia, ajudando a povoar o imaginário das nossas crianças...saudades da Jussara, da Inélia, da Sueli, da Eliane, da Dona Luzinete, da Cláudia e de muitas outras que, assim como eu, distribuíam doces pelo simples prazer ver a felicidade estampada na rosto da garotada.

Ainda posso ouvir as risadas de meus filhos a cada saquinho conquistado que, ao final daquele exaustivo dia, se resumia em muitas bacias de doces. A minha filha caçula ( dona Bi), mais gulosa e implicante, ao longo da semana detonava rapidamente os seus, passando a atacar os doces dos irmãos no momento em que desciam para brincar...isso ocasionava em muitas brigas.

Que saudades eu tenho desse tempo onde todos morávamos juntos e éramos muitos felizes.

Que a alegria e a simplicidade de Cosme, Damião e Doum acompanhem e protejam todas as nossas crianças, e a alegria da consciência tranquila repouse em nossos corações.


sábado, 20 de setembro de 2014

A INTERNAÇÃO HOSPITALAR.


Hoje faz uma semana que um dos filhos da minha senhoria nos deu o maior susto por conta de uma úlcera supurada...foi a maior correria da casa até o atendimento médico, que culminou numa cirurgia. Graças ao Universo, ele está bem e fora de perigo, mas ainda se encontra hospitalizado e recebendo alimentação com a ajuda de uma máquina. Ontem, enquanto conversávamos, perguntei se ele não estava sentindo falta de um suculento bife acebolado com batatas fritas. Depois, rindo da maldade que fiz com o rapaz, lembrei-me de mais um de meus "causos" que vou contar para vocês agora. Portanto, senta que lá vem história...
No final da década de 90, meu organismo fez o favor de me arranjar  uma encrenca chamada MIOMA. Por conta desse cara, eu fiquei 25 dias internada na fila da cirurgia. Na ala obstétrica da internação do Hospital Carlos Chagas em Marechal Hermes, nós mulheres que estávamos ali padecendo pelo mesmo mal, sofríamos não só com o momento de entrar na faca, mas também com um cidadão dono de uma barraca de cachorro quente que vendida sua deliciosa e perfumosa iguaria na porta do Teatro Armando Gonzaga nas noites de sábado, noites e madrugadas de domingo e segunda. Ainda posso sentir o perfume subindo pelo ar e entrando pelas grades do nosso "alojamento", infestando o ambiente e deixando a mulherada doida. Eu que sempre tive bicho carpinteiro e fui muito arteira, reuni a galera e dei uma ideia do que poderíamos fazer para matar nosso desejo, já que ali não tinha nenhuma pessoa na dieta. Traçado o plano e na  visita seguinte, pedi que me trouxessem uma sacola, uma pedra, dinheiro, papel, caneta e um rolo de barbante. Minha filha mais velha ficou meio sem entender (disse que seria por uma boa causa), mas deixou tudo o que pedi. De posse desses apetrechos ( ao apagar das luzes), eu chamava pela grade o sujeito e jogava um papel com os pedidos... tudo no máximo silêncio para a enfermeira de plantão não ouvir. Depois de prontos, eu ia até ao banheiro, subia no vaso sanitário e descia com a sacola que continha uma pedra (para fazer peso) e o pagamento. Depois içava com o máximo de cuidado e técnica, para que nenhuma parte daquele suculento molho fosse desperdiçado. E foi assim, aprontando daqui e dali, consegui suportar aqueles longos 25 dias de internação hospitalar.
Ae Bruno Reuther segura tua onda mais um pouco, cara...logo você vai embora!

terça-feira, 22 de julho de 2014

DIA DO MELHOR AMIGO

Ontem ( 20\07\2014) a minha filha caçula fez lá na página dela mais uma daquelas homenagens a seus grandes amigos e, é claro, mais uma vez eu não estava incluída. O comentário que vou escrever aqui, foi o mesmo que deixei em sua página agora pouco, claro que por ela excluído. Daí resolvi colocá-lo aqui, porque não tem coisa mais odiosa que o covarde, aquele que tenta esconder o contraditório para ter sempre o que dizer do outro.....é o apontar o dedo e não olhar para si. Então vamos lá a minha resposta.
"Eu faço ideia da megera ou da historia que contam para os outros a fim justificar a minha ausência na vida de vocês, ausência não de minha parte (que fique bem claro), porque quando precisam e não tem a quem recorrer, é a mim que apelam e eu, como mãe, estou sempre tentando ajudar e administrar, mesmo morando distante. Se hoje eu não estou presente, é porque vocês me excluíram de suas vidas, não me participam nada, tão pouco me convidam para qualquer coisa. Aliás, nem tomam conhecimento de qualquer coisa que se vem de mim, talvez na tentativa de justificar seus comportamentos. Acredito ser por eu não ter uma conta bancária recheada, já que cultuam tanto o dinheiro, mas o tempo e as dificuldades que enfrento no meu dia-a-dia solitário, pois de vocês nunca recebi uma palavra de incentivo, respalda o direito de eu dizer o que penso, já que não preciso rastejar, relinchar, fingir gostar ou engolir sapos para ser aceita. Eu não tenho netos e pouco me importa se os tivesse, pois com certeza (uma vez que gato do que usa, cuida), não me seria dado o direito nem de conhecê-los. Mas a minha vingança virá no dia em que eu morrer, porque nada que fizerem ou falarem na tentativa de justificar tamanha ingratidão, vai apagar a dor de consciência que irão sentir. Obrigada pela consideração de sempre".
 É brincadeira a maneira como ela expõe a minha vida particular, passando a ideia da "olha, a coitadinha que foi abandonada pela mãe"... eu abri mão da minha vida pessoal e profissional, ralei feito uma fdp para dedicar meu tempo a Judas. Provavelmente devo ter jogado pedra no Cristo.Eu faço ideia do que dizem para os outros.
Gentinha made in Paraguai!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

segunda-feira, 12 de maio de 2014

CARTA PARA UMA FILHA NO DIA DAS MÃES.

Bom dia, minha filha querida.
Ontem você ficou chateada comigo por conta de um simples comentário ( apagado por você) de agradecimento pela pequena parte que me toca referente a toda sua existência aqui nesse plano até o dia de hoje. O que tenho para dizer é que eu fiquei muito aborrecida de ser colocada no mesmo patamar de uma borra-botas que apareceu na sua vida aos 18 anos e que, a única proeza que fez,  foi colocar na cama um homem para fazer você perder à virgindade. Uma borra-botas que ensinou você a mentir para sua mãe, que não demora para que você perceba quem realmente ela é. Digo isso, porque eu passo um ano inteiro empreendendo dentro de mim, um esforço imenso em retribuir aquilo que recebo de vocês diariamente - a indiferença. Mas às vezes a minha essência de mãe, coisa que você não sabe o que é e, pelo jeito nunca vai saber , vem e fala mais alto. Daí e eu me pego (novamente) a catar as migalhas que vocês largam no caminho, para que através delas, eu possa me nutrir de alguma notícia dos filhos que um dia botei no mundo e dediquei a eles a minha total presença enquanto me quiseram por perto. 
Falo isso com muita propriedade, porque vocês têm de mim todos os contatos - telefones, e-mail, whatsapp, Facebook, Instagram, Foursquere, Flickk e o diabo. - , e não têm a mínima dor de consciência em perder alguns  segundos de seus preciosos  tempos, dedicados  parte ao trabalho e outra parte aos seus grandes amigos, os mesmos amigos que outrora seu pai teve  - amigos de copo, amigos de alcova, amigos por interesse - e que o deixou a ver navios na primeira dificuldade que enfrentou, para perguntar como eu estou, como eu acordei e se eu preciso de alguma coisa. E quando leio o que li ontem no Facebook, o meu ser é tomado por um ódio profundo ao lembrar que carreguei você e seus irmãos por 9 meses na barriga com todos os inconvenientes e desconfortos que uma gravidez nos impõe; por ter perdido noites  e noites de sono embalando um filho no colo, ou dentro de um hospital; por ter  tido que aturar ao meu lado uma pessoa repugnante e bêbada, que não tinha nenhum problema em me trair com outras mulheres; por ter parado toda a minha vida profissional para dedicar  meu tempo às pessoinhas muito queridas e igualmente desejadas.... e no final de uma gama enorme  de coisas que tive de abrir mão pela escolha de querer ser MÃE recebo, por todo esforço que empreendi anos inteiros da minha mocidade (no final do dia) uma "homenagem" daquelas! : ser comparada (numa página de Facebook) a uma qualquer que apareceu na sua vida depois de tudo que passei para vê-los criados,crescidos,fortes, bonitos, mesmo com toda dificuldade que foi a minha vida e as inúmeras interferências que sofri da minha mãe, que nunca se conformou com seu lugar de avó. Ódio quando me lembro do risco que corria em comunidades carentes, quando era colocada na frente da linha de tiro para que, ao final do mês, viesse com todo o meu pagamento  e arrancar do rostinho de vocês um sorriso a cada coisa que podia comprar.  
Sabe filha, a boa coisa nisso tudo é que Deus  nos dá o dia seguinte, e hoje acordei bem melhor, pronta para mais um  dia da minha batalha  pela sobrevivência, de correr atrás para pagar no final do mês  a minha moradia, do enfrentamento de me manter viva, alimentada e forte espiritualmente para que no dia seguinte eu possa (re)começar com força total, e pular todos esses obstáculos mais uma vez, dia após dia, acrescido ( é claro) do  dever para com o próximo.... e tudo isso sozinha, graças a mim mesma, já que ( pelo menos) nem uma palavra de incentivo eu recebo da parte de vocês.
Um dia ( na minha adolescência) eu sonhei em ter uma enorme família sentada à mesa... filhos, genros, nora, netos. Que ironia da vida! Hoje, se nem o único teto para morar, mesmo sabendo vocês que não tenho um trabalho e nem meios para sobreviver dignamente,  me foi negado tamanho o egoísmo que carregam dentro de si e a má vontade em tudo que se refere a mim.Não faz muito tempo que ouvi  da sua boca: "nós não queremos você aqui", foi o mesmo que Judas fez a Jesus, lembra. Mesmo assim eu continuo  recolhendo as migalhas,   sabendo eu que sou tratada por vocês como uma leprosa,  afinal mãe é mãe...tem jeito não. Ô vida dura ! Depois das dores sentidas e do produto pronto, todos querem ser o pai, nesse caso, a mãe.
Filhos, "sabe de nada, inocente!".
 Que você tenha uma boa semana.