sábado, 20 de setembro de 2014

A INTERNAÇÃO HOSPITALAR.


Hoje faz uma semana que um dos filhos da minha senhoria nos deu o maior susto por conta de uma úlcera supurada...foi a maior correria da casa até o atendimento médico, que culminou numa cirurgia. Graças ao Universo, ele está bem e fora de perigo, mas ainda se encontra hospitalizado e recebendo alimentação com a ajuda de uma máquina. Ontem, enquanto conversávamos, perguntei se ele não estava sentindo falta de um suculento bife acebolado com batatas fritas. Depois, rindo da maldade que fiz com o rapaz, lembrei-me de mais um de meus "causos" que vou contar para vocês agora. Portanto, senta que lá vem história...
No final da década de 90, meu organismo fez o favor de me arranjar  uma encrenca chamada MIOMA. Por conta desse cara, eu fiquei 25 dias internada na fila da cirurgia. Na ala obstétrica da internação do Hospital Carlos Chagas em Marechal Hermes, nós mulheres que estávamos ali padecendo pelo mesmo mal, sofríamos não só com o momento de entrar na faca, mas também com um cidadão dono de uma barraca de cachorro quente que vendida sua deliciosa e perfumosa iguaria na porta do Teatro Armando Gonzaga nas noites de sábado, noites e madrugadas de domingo e segunda. Ainda posso sentir o perfume subindo pelo ar e entrando pelas grades do nosso "alojamento", infestando o ambiente e deixando a mulherada doida. Eu que sempre tive bicho carpinteiro e fui muito arteira, reuni a galera e dei uma ideia do que poderíamos fazer para matar nosso desejo, já que ali não tinha nenhuma pessoa na dieta. Traçado o plano e na  visita seguinte, pedi que me trouxessem uma sacola, uma pedra, dinheiro, papel, caneta e um rolo de barbante. Minha filha mais velha ficou meio sem entender (disse que seria por uma boa causa), mas deixou tudo o que pedi. De posse desses apetrechos ( ao apagar das luzes), eu chamava pela grade o sujeito e jogava um papel com os pedidos... tudo no máximo silêncio para a enfermeira de plantão não ouvir. Depois de prontos, eu ia até ao banheiro, subia no vaso sanitário e descia com a sacola que continha uma pedra (para fazer peso) e o pagamento. Depois içava com o máximo de cuidado e técnica, para que nenhuma parte daquele suculento molho fosse desperdiçado. E foi assim, aprontando daqui e dali, consegui suportar aqueles longos 25 dias de internação hospitalar.
Ae Bruno Reuther segura tua onda mais um pouco, cara...logo você vai embora!

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