segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MEUS PRIMOS DO CORAÇÃO


Minha mãe sempre foi uma pessoa  preconceituosa e autoritária. Por conta disso, me excluiu do convívio de tios e primos dos 12 irmãos que ela teve. Nem os irmãos dela eu conheci... melhor, só conheci e convivi ( muito pouco com apenas cinco que foram a minha avó Maria , meu primos José Antonio, Mariza e a uma outra prima, que já faleceu, chamada Luiza e a minha tia Neuza, que enquanto teve uma grana ela não saía de sua casa nos dias de domingo. Depois que essa minha tia foi abandonada pelo marido e perdeu tudo, nem a porta de sua casa para ela, abria). Mesmo da família de meu primo Aécio, ela só foi se aproximar melhor quando a vida de vocês melhorou, depois que foram para Campo Grande abrir um negócio próprio. Para ela o dinheiro é mais importante do que tudo e quem é pobre, está riscado de seu convívio. Ela
afastou toda família do nosso convívio, porque tinha vergonha por serem pobres, não gostava que batessem em sua porta e quando o faziam, ela nem atendia, mandava o poreteiro dizer que não estava.
A tese dela era: tem dinheiro, presta. Não tem, fora ! E assim ela fez com a gente a vida toda, mostrando que o dinheiro é a coisa mais importante do que o convívio sócio-familiar. E talvez por eu pensar diferente dos meus irmãos ( porque tive muito contato com a minha avó materna que ara pobre), ela tenha me excluído da convivência do restante, porque ela sempre me dizia ( desde pequenina) que não gostava de mim porque tinha cara e jeito de pobre.Realmente, eu morria de vergonha daquele jeito dela de metida, que torcia o nariz para tudo, fazia comentários jocosos dos parentes ( como se ela fosse a melhor) e gostava de fazer pouco das pessoas, olhando-as de cima... sempre foi assim e a velhice não a fez mudar de opinião.lembro bem por ocasião dos presentes de Natal...o quanto ela ria e debochava daquilo que ganhava. Já naquela época tinha total entendimento de que aqueles presentes que ganhávamos era a representatividade de um ato simbólico, uma pequena lembrança para selar aquela reunião festiva familiar, mas ela parecia que não.
Meu pai coitado, esse era um banana e um fantoche nas mãos dela... viviam as turras, mas ele não tinha coragem de bater de frente com ela, mesmo diante de absurdos que via e ouvia de sua boca. E como brigavam... porque na casa dela só entrava quem ela queria e no momento que ela queria. Ao que cabia a ele ( pai) era o de trabalhar e colocar o dinheiro nas mãos dela. Por conta disso, pouquíssima parte da minha infância/adolescência eu sinto saudades. A prova final de sua grande falta de noção sobre os valores mais importantes da vida e de sua autoridade, se deu por conta do falecimento de meu pai, quando meu tio Eduardo ( um de seus irmãos), quis acender uma vela para iluminar a passagem de meu pai ( um ato simbólico dentro daquilo que ele acredita ser verdadeiro) e a minha mãe não permitiu. Não estava presente ao acontecido, horas mais tarde, quando cheguei ao cemitério, ela fez ( como sempre), fez um comentário jocoso a esse respeito. E vocês, primos Aecio e Marluce eram os primos que mais gostava, talvez pela proximidade da idade, afinidade, sei lá, talvez até porque me faziam rir. Lembro da minha vida presa dentro de um quarto e ficava torcendo para nos dias de sábado ensolarados do Rio de janeiro, ela deixar eu ir para a casa da Marluce... me sentia muito sozinha e queria participar daquela farra na piscina... qual nada!. Foram pouquíssimas vezes que fui até à casa dela... creio até que por maldade mesmo, pois tudo que me contrariava era o que ela ( mãe) acabava fazendo.Gostava muito do meu tio Eduardo, creio que por conta da semelhança com meu pai, ou até porque ele me dava atenção, conversava comigo e me fazia sorrir com as bobeiras que vivia inventando. As fases que mais dou risadas quando lembro, vocês estão presentes, muito bom.
Obrigada a vocês dois - Marluce e Aecio -  pelos poucos momentos de felicidade que me proporcionaram naquela época. Só mesmo vocês dois me fazem sentir saudades daqueles tempos tão tristes para mim, onde muitas coisas até hoje tento esquecer ♥ ♥ ♥
Perdoem a minha franqueza, pode até ser que não tenham gostado de ler o que escrevi, mas essa é a minha essência: detesto hipocrisias. Talvez por ter sido criada num ninho de. Sou uma pessoa que sabe o que é bom, gosta do que é bom, mas detesta fazer pouco de quem quer que seja. Também não quero do meu lado quem não gosta e não fecha comigo. Essa sou eu. Eu amo vocês, meus queridos e inesquecíveis. Vocês terão sempre um lugar no meu coração.

Um comentário:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Silvana! Texto muito legal! Família é algo muito relativo!