sexta-feira, 27 de julho de 2012

Carta aos meus leitores ( parte I)


Meus amigos, obrigada por suas palavras carinhosas para comigo,realmente a minha passagem por aqui sempre foi de muita luta, aliás a nossa passagem é sempre de muita luta ( cada um com seu carma para resgatar). Primeiro porque tive uma mãe repressora, castradora, que passou a vida me perseguindo e embarreirando todas as coisas boas de se aproximarem de mim, me excluindo, inclusive, do convívio com meu pai, irmãos, filhos ( depois que meu pai veio a falecer) e parentes com os quais me relacionava bem.
Depois, quando eu pensei que com os meus filhos seria diferente, teria ( finalmente) uma família e com ela um pouco de Paz e felicidade, com uma casa alegre, gente entrando e saindo ... a minha filha mais velha arrancou de mim ( sem a menor consideração), a única coisa boa que tinha sobrado do amontoado de merda que a minha vida sempre foi - um cão labrador que ela mesmo largou na minha mão até os três anos de idade. Chorei 4 meses seguidos ( dia e noite) a falta dele, e ela não deu a mínima bola, tão pouco a consideração de atender as minhas ligações.
Depois disso, quando aconteceu os deslizamentos na serra e precisei sair de onde estava, pois a antiga proprietária do imóvel que residia queria alugá-lo mais caro por conta da subida de preço na região, e não tinha para onde ir porque isso aqui virou uma praça de guerra a procura de lugar para morar, tive que me socar no meio do mato numa encosta, arriscando a minha vida, porque meus filhos ( que foram criados por mim com todo amor e carinho), não me deixaram passar uns dias no meu apartamento onde eles moram juntos, até que acertasse a minha vida e achasse um cantinho mais digno para morar. Então meus amigos, diante de tudo que tenho vivido e aprendido, para mim nada mais importa, já que passei a vida tendo tudo arrancado de mim.
Eu procuro ajudar os outros na medida do possível e detesto de ser rotulada de "boazinha". Diante da "máquina de moer carne" ( assim como bem disse) que foi e está sendo a minha caminhada aqui neste plano, procuro auxiliar meu próximo do jeito que posso, usando conhecimentos adquiridos nas faculdades que cursei para amenizar a dor de quem não saber nem ler, quanto mais se defender da Vida. Somente isso. Não o faço porque sou "boazinha", o faço porque não gosto de covardias, embora tenha consciência que tenho um limite imposto pela própria Vida para adentrar o espaço do outro. Eu e meu marido passamos fome nesta cidade sem que ninguém se importasse com o nosso problema - todas as portas que batemos foram fechadas no nosso rosto sem a menor consideração ao próximo.

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